segunda-feira, 27 de janeiro de 2014
ESCOLHI DOIS VÍDEOS MUITO INTERESSANTES
Escolhi dois vídeos muito interessantes, por isso, resolvi postá-los para o desfrute dos seguidores do meu Blog. Espero que vocês gostem, assim, como eu gostei!
sábado, 18 de janeiro de 2014
A ORIGINALIDADE DA VIDA
CULTURA RACIONAL
"UNIVERSO EM DESENCANTO"
A ORIGINALIDADE DA VIDA
E assim,
averiguações seculares
sobre a originalidade da vida, nunca puderam encontrar nem o mínimo vestígio de como se constituiu a vida. Então, começaram a fazer infinidade de julgamentos e de suposições para ver se encontrariam um meio de dar uma satisfação sobre a originalidade da vida. Mas nunca houve jeito, nem forma, nem de maneira nenhuma poderia ser encontrada, por a originalidade da vida ser de um Mundo Superior, o MUNDO RACIONAL.
sobre a originalidade da vida, nunca puderam encontrar nem o mínimo vestígio de como se constituiu a vida. Então, começaram a fazer infinidade de julgamentos e de suposições para ver se encontrariam um meio de dar uma satisfação sobre a originalidade da vida. Mas nunca houve jeito, nem forma, nem de maneira nenhuma poderia ser encontrada, por a originalidade da vida ser de um Mundo Superior, o MUNDO RACIONAL.
O MUNDO
RACIONAL é que deu origem e causa ao raciocínio, que é um Habitante do Racional
materializado em forma de máquina. Então, por mais que quebrassem a cabeça não
poderiam encontrar, como nunca encontraram, por a originalidade da vida não se encontrar na matéria. Então, não poderiam encontrar, por intermédio do
pensamento nem da imaginação e sim, através do raciocínio desenvolvido, no MUNDO RACIONAL.
No MUNDO
RACIONAL, é que está a originalidade da vida e
não na matéria.
O Racional
é a causa do raciocínio. Então, criaram uma porção de formas, sem base e sem
lógica, e até hoje, estão procurando a originalidade da vida. Então, criaram
uma porção de formas imaginárias.
Cada um
dando a sua forma: - “A vida foi feita assim.” Outro: -“Não, a vida foi feita
assim.” Outro com forma mais diferente; outro com forma mais diferente ainda.
Uma
infinidade de pesquisadores, planejadores de profundos conhecimentos
filosóficos e científicos à procura da originalidade da vida, e cada qual dando
a sua versão filosófica e científica, e até hoje estão por encontrar a
originalidade da vida. Outros dando formas imaginárias, sem base e sem lógica,
sem pé e sem cabeça, sem princípio e sem fim.
Conclusão:
Nada feito, pro que a vida não se originou da matéria, nem muito menos do
espaço, nem do sol, nem do fogo. A vida originou-se no MUNDO RACIONAL. A origem
da vida é Racional. A originalidade da vida é Racional, de um Mundo Superior.
A origem
do raciocínio é Racional, é do MUNDO RACIONAL.
Antes de
serem Racionais, em classe inferior, eram Racionais puros, limpos e perfeitos,
no seu Mundo de Origem. Que para chegarem até aí como estão, passaram por vinte
e uma eternidades.
Sim,
porque antes desse mundo assim ser, existe o outro que é o MUNDO RACIONAL, que
é a causa e consequência desta deformação Racional, de cada ser em sua classe
degenerativa e transformativa. Em degeneração e transformações. Então, nunca
que poderiam encontrar aí na matéria, a origem da vida, a originalidade da
vida.
E até hoje
ficaram sem saber de onde vieram, como nunca ninguém soube, como vieram e para
onde vão e como vão. Nunca souberam, e por isso, estavam aí fechados pelos
mistérios que se mantinham insolúveis.
E o
infinito e transfinito misteriosos, que ninguém nunca soube nem poderia saber e
dar qualquer informação. Então, ficaram nessa matemática imaginária, nesse
marcapasso, sem solução, sem saberem de onde vieram e muito menos para onde
vão. Sem saberem como foram feitos, de que foram feitos e quem os fez.
Conclusão:
O mundo é uma incógnita cheia de mistérios, enigmas e fenômenos insolúveis.
Porque ninguém nunca soube dizer ao certo, a razão da sua formação assim ser. E
por isso, nunca conheceram quem o fez nem nunca ninguém veio dizer quem fez, a
não ser agora, que estão sabendo que o mundo é consequência dos seus próprios
habitantes e o início dos primeiros passos como foi e porque foi e como deu
causa a este grande vácuo, que foi a descida da Planície que aí está e como
tudo veio descendo, perdendo as virtudes, transformando-se em seres,
degenerando-se, passando para classes inferiores.
E assim,
todo o roteiro da formação do sol, da lua, das estrelas e de todos os
habitantes existentes aqui em classes superiores diferentes, como aí estão os
habitantes das classes superiores, diferentes dos habitantes das classes
inferiores.
E assim, fizeram
tudo para adivinhar como foi feito o mundo. Então, cada qual tentando, fazendo
as suas lendas, as suas formas românticas, sem ninguém poder encontrar a forma
positiva. Então, para dar uma satisfação, cada qual criou a sua versão, para
dar uma satisfação as suas histórias, as suas lendas que são muitas, todas elas
diferentes umas das outras.
Uma história
diz que foi assim, outra história já diz diferente, outras com lendas
diferentes, não poderiam de jeito nenhum, encontrar a originalidade da vida na
matéria, porque a vida não surgiu na matéria. Antes da matéria existia a Vida
Eterna. E antes de ser matéria era outra vida, a Vida Eterna. Era de outra
formação, de Energia Racional pura,limpa e perfeita.
Então, a
originalidade da vida e a originalidade do mundo e a originalidade da matéria,
estão no antes de ser tudo o que são, o que eram. Antes de ser o que são, o que
eram? Racionais puros, limpos e perfeitos. Que se degeneraram e se deformaram,
nas condições em que estão. Então, nunca poderiam encontrar a originalidade da
vida na matéria. Porque a matéria, antes de ser matéria, era uma resina; antes
de ser resina, era uma composição Racional, já em degeneração. Antes de se
degenerar, era uma formação sólida da composição da PLANÍCIE RACIONAL, que desceu e que esquentou sob a ação do
foco de luz. E por esquentar, começou ser extraída desta planície uma resina,
que deu origem à terra.
Com a ação
do foco de luz, torrou e virou cinza, a essa cinza, denominaram terra. Então, a
originalidade da vida é Racional, a origem do raciocínio.
E não
poderia ser encontrada a originalidade da vida, de maneira nenhuma, aí na
matéria. Então, formaram contos, histórias e lendas,
sobre a originalidade da
vida e da humanidade, todas elas diferentes uma das outras, contrárias uma das
outras. Pois, se nunca souberam porque são deformados, como iriam encontrar a origem na vida da matéria?
Esqueceram
que não há efeito sem causa. Se existe a matéria é porque existe a causa. Se a
origem é Racional, como é que poderiam encontrar a originalidade da vida, na
matéria? Lutaram a vida toda para encontrar e até hoje não encontraram e nem
poderiam encontrar. Porque procuraram a originalidade da vida aí nos feitos e
esqueceram que existia a causa desses feitos, porque não há efeito sem causa.
A causa
dessa deformação Racional – o MUNDO RACIONAL. Então, para encontrar a causa da
originalidade da vida, teriam que encontrar a causa da vida, para saber então,
a causa da originalidade da vida.
Então,
assim, hoje, todos esclarecidos de que a causa da originalidade da vida é o
MUNDO RACIONAL. Que é a origem da causa do raciocínio. Porque não há efeito sem
causa e não a causa sem origem.
Se existe
o raciocínio, tem que existir a sua causa e a sua causa é Racional. Então tudo
e todos são do MUNDO RACIONAL e aí está a originalidade da vida e não na matéria. Na matéria não encontrariam nunca.
E assim,
hoje, o esclarecimento correto, perfeito, Racional, da verdadeira originalidade
que deu causa e origem ao animal Racional.
A Cultura Filosófica e Científica, que é uma cultura extraída do pensamento e da
imaginação do animal Racional, faz parte da matéria, que é um efeito, jamais
poderia definir a originalidade da vida, que está na causa de tudo que é
Racional.
PROENÇA, José Deocrécio de
SOROCABA – SP - BRASIL
Fone: (15) 3012.3211– Cel.: (15) 98118.1830
Fone: (15) 3221.1207
terça-feira, 14 de janeiro de 2014
ESTUDAR É ESTAR EM DIA COM O UNIVERSO
Estudar é estar em dia com o Universo e valorizar esta vida terrena e se aprontar para a Vida Eterna. Por isso, aí vai um conselho:
"Se pensas que tudo sabes, encerraram-se para ti todas as oportunidades de aprendizado. Porém, se pensas que nada sabes, tens um Universo todo em tua frente para pesquisá-lo". PROENÇA, José Deocrécioquinta-feira, 2 de janeiro de 2014
Em resposta ao texto abaixo (A CULTURA RACIONAL E A CIRCULARIDADE CULTURAL de NEUMANN, Ricardo (UFSC))
UMA EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS
PROENÇA, José Deocrécio
CULTURARACIONAL
“UNIVERSO EM DESENCANTO”
UMA EXPOSIÇÃO DE
MOTIVOS
Comparar é a tendência da maioria do ser humano ao conhecer algo novo e inédito. Busca nos pontos de referências tradicionais, uma identificação ou justificativa, que satisfaça sua sede de definição. O homem é inseguro e precisa rotular tudo dentro de padrões que já conhece que já domina. Com isso, esquece-se que a natureza é de transformações - nada se repete. Os padrões de ontem e de agora, criados pela imaginação e pelo pensamento, não têm base, nem estrutura suficiente para servirem de ponto de referência para manifestações da vida de hoje e da de amanhã, respectivamente. Muitos têm ignorado isso e há muito vêm insistindo em dizer que CULTURA RACIONAL é seita, outras vezes diz que é religião ou doutrina. E nada disso a CULTURA RACIONAL é. O público precisa ser informado corretamente.
CULTURA RACIONAL não é conjunto de princípios que se presta para
base de alguma coisa. Ela é a Cultura
natural da natureza, base verdadeira da vida Universal.
Não é função da Cultura Racional dar
instruções sobre filosofia cristã. Sua função é unir conhecimentos completos e
reais, que dão sobre a natureza, seu mecanismo, sua causa, sua origem e sua
base.
Cultura Racional
é inédita para a humanidade, não é extraída do saber humano. É extra cósmica,
transcendental não transige, nem se apaga, nem sofre modificações ao longo do
tempo, por ser eterna.
Cultura Racional
não é regra, preconceito ou norma, porque é absolutamente dinâmica, natural e
não impõe, não determina, nem estabelece regra nenhuma de comportamento ou de
vida. Quem passa a estudar os Livros “UNIVERSO
EM DESENCANTO” harmoniza-se consigo mesmo, com qualquer meio ambiente,
torna-se ligado à natureza, adquirindo por si mesmo, pelo autoconhecimento,
equilíbrio perfeito. Portanto, em nenhum conceito de doutrina CULTURA RACIONAL se enquadra, pois, não
possui dogma, que contém disciplina inapelável, como é o caso das doutrinas.
CULTURA
RACIONAL não é crença. Crença é algo admitido pela fé independente de
provas e comprovações. Crença é aceitação passiva, sem conhecimento inteligível
da base lógica, da coisa acreditada. CULTURA
RACIONAL é conhecimento que dá a consciência plena e verdadeira, natural e
desmistificada de toda a existência. Quem crê é convicto, quem conhece é
consciente.
CULTURA RACIONAL não dá convicção; ela dá a
consciência. Consciência é o mesmo que saber. O convicto aceita totalmente sem
comprovações. O consciente sabe totalmente porque teve comprovações. Ainda Cultura
Racional mostra que o ser consciente presta obediência só a si
mesmo, à sua própria consciência, consciência positiva, o raciocínio.
O consciente raciocina, porque conhece e pode fazer
justa avaliação das coisas, avaliação real, imparcial, natural, isenta de
preconceitos.
O convicto (ou crente) pensa e imagina, porque não
conhece, e dá às coisas o valor que ele ou outros pensam e imaginam existir.
Que as coisas têm conceito que não corresponde à realidade e finalidade. Dá um
pré-conceito ou preconceito.
Não se enquadra à CULTURA RACIONAL, porque CULTURA
RACIONAL não tem cultos nem rituais para que alguém os pratique como
virtude.
Virtude na CULTURA
RACIONAL é a ausência de rituais e mistificações.
Virtude na CULTURA
RACIONAL é viver naturalmente, ou seja, em harmonia com as leis naturais da
natureza.
CULTURA RACIONAL prova que tudo tem uma mesma origem. E que tudo deve ser encarado como realmente é dentro de sua função cósmica e natural. Tudo tem uma razão de ser (não existe efeito sem causa), por isso, tudo e todos merecem respeito, sem minimizar ou maximizar o valor de qualquer coisa.
CULTURA RACIONAL não é sistema de nenhum pensamento
ou crença; isso já anula seu enquadramento aqui.
CULTURA RACIONAL é a cultura do desenvolvimento do
raciocínio, que inclusive, traz ao conhecimento da humanidade, que a fase do
pensamento e da imaginação terminou em 1935, prova e comprova o que são o
pensamento e a imaginação e porque acabou a fase dessas duas forças. E ainda,
não existe filiação.
CULTURA RACIONAL é universal e anterior à existência
do mundo em que vivemos. É a Cultura natural da natureza, e queiram ou não
queiram, todos fazem parte Dela, porque todos são filhos naturais da natureza.
CULTURA RACIONAL não é modo de pensar. É um conhecimento natural que leva a
raciocinar. Não é um modo de agir, porque não interfere no natural de cada um -
todos são diferentes - porque têm funções diferentes a desempenhar no contexto
universal. Provado está, que CULTURA
RACIONAL, como provado anteriormente, não é doutrina. Ela é sim, um
conhecimento de paz, amor e fraternidade de que todos necessitam, querem e
procuram. É um conhecimento a favor da lógica, da razão, da concórdia e
fraternidade entre os povos, o que, ao longo dos tempos, a humanidade vem
defendendo como necessária à preservação da vida. Não é contra nada nem contra
sistema nenhum e prova que tudo é necessário para a lapidação da humanidade e
sua preparação, no sentido de compreender que fora do natural nada dá certo,
não há equilíbrio, não há paz.
Portanto, CULTURA RACIONAL não é contra nada. É
sim, para o equilíbrio do animal Racional e sua consequente harmonia com a
natureza.
Ora, quem se dedica ao estudo de CULTURA RACIONAL, é porque se
identificou naturalmente com as verdades que nela encerra. Porque CULTURA RACIONAL, não depende de
reconhecimento ou consideração, porque a verdade é independente de qualquer
reconhecimento. Ela existe e por si mesma se basta.
Não
precisa dos seres, mas os seres precisam dela. É força poderosa e natural que
dá causa, origem e base a todas as existências como o ar que alimenta a todos
indistintamente e independente de reconhecimento ou consideração qualquer. Ao
ar não importa o que digam dele. Os ateus e os religiosos, os poetas e os
empresários, os ricos e os pobres, os homens e as mulheres tecem opiniões
sobre
ele, mas nenhuma delas irá alterar a verdade do que o ar é e, somente ele, irá
interferir na função que tem. Com CULTURA
RACIONAL não se prende a comentários extraídos da imaginação e do
pensamento. Procure conhecê-La como Ela é, para se harmonizar com Ela. E assim,
fica provado: CULTURA RACIONAL não é
doutrina.
CULTURA RACIONAL é uma cultura, e não uma comunidade.
Uma cultura superior, portanto, aberta. Não é contra ninguém, pois, é a favor
de tudo e de todos. Ela prova que tudo é preciso e necessário, para preparação
da humanidade, merecendo respeito e por isso não é radical.
CULTURA RACIONAL não é teoria, porque não é hipótese
ou suposição e nem depende de demonstrações. Quem se dedica ao seu estudo não
pode ser chamado de prosélito, porque prosélito é um indivíduo convertido a uma
doutrina, ideia ou sistema; um sectário, adepto, partidário. Não há conversão
para a CULTURA RACIONAL, porque ela
é o conhecimento que completa o ser humano e o universaliza, ou seja, unifica o
saber existente. CULTURA RACIONAL une
e acaba com as diferenças, com os sectarismos, que trazem conflitos à
humanidade, ela une todas as partes existentes sem subestimá-las. Então, não há
conversão, e sim, uma real valorização da vida através da consciência, da
existência e do Saber Absoluto.
Por isso, O
canto do Universo é igualmente velado. É o hino de um saber absoluto, que o
homem não pode apreender pelos sentidos nem pela Ciência. Confinado ao sensório
e ao inteligível, o homem olha, mas enxerga mal, porque lhe falta a
Clarividência Suprema, definida pelo Conhecimento transcendental, que pertence
à máquina do raciocínio.
Esse reverso do raciocínio é um instrumento
principal do homem de saber. É pela Clarividência que ele pode estabelecer a
sua privilegiada relação com o Saber Absoluto. Ninguém, no entanto, poderá
jamais possuir o Saber Total e Absoluto. A própria pessoa haverá de se tornar
nesse Saber e não será mais homem. Só lhe será possível por etapas, quando as
células de seu corpo vão absorvendo as essências materiais e vegetais, que vão
formando um novo corpo de essência Racional e concebendo os ensinamentos
superiores e instruções convincentes e progredindo mediante absorções psíquicas
Racionais para o Saber Supremo, quando se torna Onipotente, Onipresente e
Onisciente. DEUS.
Em 1935, no dia 04 de outubro que
veio do nosso Mundo de Origem, a CULTURA
RACIONAL, como a continuação de todos os conhecimentos humanos existentes,
para o desenvolvimento do raciocínio. O conhecimento completo da verdadeira
origem da humanidade e dessa galáxia térrea, que habitamos. Nos Livros “UNIVERSO EM DESENCANTO” está todo esse
Conhecimento.
PROENÇA, José
Deocrécio
SOROCABA – SP - BRASIL
Fone: (15) 3012.3211– Cel.: (15) 98118.1830
E-mail: triambosfera3m@gmail.com
PEDIDOS DE LIVROS: E-mail: machadojb@hotmail.com
Fone: (15) 3221.1207
Leitura online: www.novafaseracional.com.br
A CULTURA RACIONAL E A CIRCULARIDADE CULTURAL.
A
CULTURA RACIONAL E A CIRCULARIDADE CULTURAL.
NEUMANN,
Ricardo (UFSC)
Com
um número estimado de, mais ou menos, 15.000 adeptos1, a Cultura
Racional
é um “movimento cultural” que tem como pretensão “elucidar” as pessoas
sobre
o princípio, o fim e a natureza da humanidade. Esse esclarecimento das
“verdades”,
que apaziguaria os seres humanos, viria por meio da leitura e através da
disseminação
da Obra, Universo em Desencanto2.
A
Cultura Racional foi criada em 1935, por Manoel Jacintho Coelho, nessa
época
um médium de Umbanda. Esse movimento é alicerçado única e exclusivamente
na
obra de Manoel, os livros, Universo em Desencanto (atualmente produzidos por
sua
filha
Atna Jacintho Coelho). Essa organização sempre apresentou-se sem uma
conotação
religiosa. Seus discursos a colocam como uma mensagem decisiva e
conclusiva
a respeito de todas as questões da existência. Assim é parte do discurso da
Cultura
Racional declinar-se acima de qualquer filosofia, doutrina, ou religião. No
entendimento
de seus adeptos os ensinamentos transmitidos por Manoel seriam uma
“verdade
absoluta”. Entretanto, uma analise critica da Cultura Racional nos revela
facilmente
o forte caráter religioso dos discursos da mesma, bem como o porquê desse
discurso
tentar afasta-la do campo religioso3.
Contudo,
o caráter religioso do discurso da Cultura Racional é evidente. Ao
analisarmos
seu discurso percebemos inúmeras características do discurso religioso.
Com
apoio nos estudos de Eni Orlandi4 sobre o discurso religioso, conseguimos obter
1
Esses
números são do próprio movimento. Esses dados são relativos. Isso, pois a
exposição que a
Cultura
Racional tem na mídia através dos cd’s de divulgação (gravados por Tim Maia
quando participou
do
movimento), ou o enorme numero de sites e livros (espalhados pelos sebos
de todo o Brasil), fazem
com
que aumente consideravelmente o grau de participação desse movimento no
imaginário de muitos
brasileiros.
2
Essa obra soma mais de mil volumes (21 da obra, mais 21 da replica, 21 da treplica
e 943 livros do
Histórico)
e só foi terminada por Manoel Jacintho Coelho em 04 de Junho de 1988.
3
Vamos nos ater à noção de campo religioso, conforme aparece em Pierre Bourdieu.
Ou seja, como um
desigual
sistema de forças (religiosas), dotadas de uma desigual acumulação de capital
simbólico. Ou,
nas
palavras do mesmo “Equanto resultado da monopolização da gestão dos bens de
salvação por um
corpo
de especialistas religiosos, socialmente reconhecidos como os detentores
exclusivos da
competência
específica necessária à produção ou à reprodução de um ‘corpus’
deliberadamente
organizado
de
conhecimentos secretos (e portanto raros), a constituição de um campo religioso
acompanha
a desapropriação objetiva daqueles que dele são excluídos e que se transformam
por essa
razão
em leigos (ou profanos,no duplo sentido do termo) destituídos do capital
religioso (enquanto
trabalho
simbólico acumulado) e reconhecendo a legitimidade desta desapropriação pelo
simples fato de
que
a desconhecem enquanto tal”. Ver BOURDIEU, Pierre. Estrutura e gênese do campo
religioso In: A
economia
das trocas simbólicas. São Paulo: Perspectiva, 1987, p. 39.
4
Ver ORLANDI, Eni P.. O discurso pedagógico: a circularidade e O discurso
religioso. In: A linguagem e
seu
funcionamento. As formas do discurso. Campinas: Pontes, 1987.
2
diversas
relações entre algumas características do discurso da Cultura Racional e os
parâmetros
que fazem de um discurso um discurso religioso. Alguns desses
parâmetros
são a assimetria de posições, o desnivelamento fundamental e a idéia de
apaziguamento.
A assimetria de posições advém do fato de que, a criação da Cultura
Racional
e das obras Universo em Desencanto, deram-se através do recebimento5, por
parte
de Manoel, de mensagens de uma entidade, o Racional Superior6. Nesse sentido
Manoel
é o representante dessa entidade falando e calando por ela. Desse modo
podemos
observar nessa relação outra característica do discurso religioso, o
desnivelamento
entre o locutor (Manoel representante do Racional Superior), que está
no
plano espiritual, e os ouvintes (os adeptos da Cultura Racional), que estão no
plano
temporal.
Somando-se a essas características temos ainda a idéia do apaziguamento,
que
é a crença na garantia de que tudo ocorrerá bem na medida em que os
ensinamentos
de Manoel forem respeitados e seguidos. Assim para os adeptos da
Cultura
Racional tudo se resolverá com a leitura das obras Universo em Desencanto.
Mas
o que faz um movimento colocar-se acima de uma religião, mesmo tendo a
lógica
de interlocução do discurso religioso? E ainda, o que fez esse movimento
basear-se
estritamente na leitura?
04
de outubro de 1935. Esse é o dia ao qual devemos retornar para
respondermos
a essas questões. No dia em que a Cultura Racional foi criada, Manoel
encontrava-se
em um centro de Umbanda, no qual era médium. E é a partir dessa
relevante
informação, a posição de Manoel como médium, que iremos destrinchar o
processo
de criação da Cultura Racional, bem como o porquê da peculiar articulação
da
mesma com o campo religioso. Isso, já que, durante a década de trinta houve uma
intensificação
na perseguição às religiões mediúnicas. Fundamentalmente as de
origem
afro, como o Candomblé e a Umbanda. As novas condições de urbanização
dos
grandes centros do sudeste (Rio de Janeiro e São Paulo) foram um fator
preponderante
nesse processo7. Já que as praticas rituais das religiões mediúnicas
afro
não se “adaptavam”, na visão das elites “civilizadas”, à nova ordem vigente
decorrente
do crescimento das cidades. Com isso, intensificou-se o trabalho dos
5
Ver BERGER, Peter. O dossel sagrado. Elementos para uma teoria sociológica a
Religião. São
Paulo:
Paulinas, 1985. Pp. 186.
6
Entidade suprema da Cultura Racional (equivalente a Deus para os cristãos), que
teria ditado seus
ensinamentos
sobre, de onde vem, o que são e para onde vão os seres humanos, a Manoel
Jacintho
Coelho.
7
Ver ORTIZ, Renato. A morte branca do feiticeiro negro. Petrópolis:
Vozes, 1978.
3
chamados
“intelectuais da Umbanda”8, que tentavam dotá-la de um reconhecimento
social
de seu capital simbólico9. Ortiz10, fala de um processo de “legitimação
racional”,
no
qual esses intelectuais tentarão dotar a Umbanda de uma base doutrinária
escriturística,
a fim de separá-la do caráter ágrafo do Candomblé.
Juntando
os retalhos podemos perceber que Manoel como médium de Umbanda
estava
nitidamente imbricado em todo aquele contexto da década de trinta. Contexto
esse
que nos explica o porquê da Cultura Racional ser alicerçada em uma escrituração
e
perseguir a leitura como “salvação”. Bem como sustenta a peculiar articulação
da
mesma
ao campo religioso brasileiro, já que “embasa”, de certa forma, a criação de um
movimento
que parte do afastamento das religiões, especialmente as afro, como
premissa
de sua constituição.
A
Cultura Racional está espalhada pelo Brasil com “filiais” na maioria das
capitais
e grandes cidades do país. Suas sedes são chamadas, e são, “livrarias” devido
ao
modo como funciona o movimento. Nessas os adeptos, que são chamados de
“estudantes”,
podem comprar ou emprestar os livros da obra Universo em Desencanto.
A
sede nacional do movimento fica em Nova Iguaçu, baixada fluminense. Entre a
atual
sede
nacional e a primeira, que foi no Centro de Umbanda do Méier, no Rio de Janeiro
capital,
o movimento teve outras sedes nacionais. Sendo uma em Jacarepaguá,
também
no Rio de Janeiro capital, e a outra em Belford Roxo, também na baixada
fluminense.
Como
já vimos, a, extremamente, singular doutrina pregada por Manoel, advém
de
um contexto onde muitas influências permeavam o campo religioso, principalmente
8
Por intelectuais da Umbanda vamos entender aqueles umbandistas que em um
determinado contexto
(primeira
metade do século XX) “desenvolveram todo um discurso denunciador de práticas
“fetichistas e
supersticiosas”,
avessas [para os mesmos] ao progresso e a civilização”, então perseguidos pelos
mesmos
através de uma tentativa de codificação da Umbanda. Ver ISAIA, Artur C..
Ordenar progredindo:
a
obra dos intelectuais de Umbanda no Brasil da primeira metade do século XX. Anos
Noventa. Porto
Alegre:
UFRGS, (11): 97-120, 1999. Entre esses intelectuais da Umbanda podemos citar,
Emanuel
Zespo
e Martha Justina.
9
Por capital simbólica entendemos, segundo Bourdieu, que “sendo uma relação de
comunicação entre
um
emissor e um receptor, fundada no deciframento, e portanto na operação de um
código ou de uma
competência
geradora, a troca lingüística é também uma troca econômica que se estabelece em
meio a
uma
determinada relação de força simbólica entre um produtor, provido de um dado
capital lingüístico, e
um
consumidor (ou um mercado), capaz de propiciar um certo lucro material ou
simbólico. Em outros
termos,
os discursos não são apenas (a não ser excepcionalmente) signos destinados a
serem
compreendidos,
decifrados; são também signos de riqueza a serem avaliados, apreciados, e
signos de
autoridade
a serem acreditados e obedecidos. BOURDIEU, Pierre. A economia das trocas
lingüísticas:
o que falar quer dizer; prefácio Sérgio Miceli. – São Paulo: Editora da
Universidade
federal
de São Paulo, 1996, p. 53.
10
ORITZ, Op.cit.
4
o
mediúnico11. Nesse contexto circulavam desde as idéias dos próprios
“Intelectuais da
Umbanda”,
da qual Manoel fazia parte, até as idéias Kardecistas e Evolucionistas.
Assim
a criação de Manoel pode ser entendida como uma apropriação12 do mesmo a
partir
das possíveis leituras que tenha feito e das idéias que tenha ouvido. No
entanto,
nesse
momento não estamos atrás do que Manoel apropriou-se especificamente, nem
de
como ele reinterpretou suas possíveis influências, mas sim, do que teria
formado a
sua
subjetividade, quais seriam as influências, externas e internas, que dariam
substrato
ao modo original de interpretar de Manoel.
Chaves
de Leitura
“Os
três reinos: céu, terra e água, dependem de outros três: sol, lua e estrelas
para
formar as multiplicações dos seres, e desses seres, se conta mais um
reino.
Então, todos juntos, formam as sete partes do porque assim são”. 13
Não,
esse não é o discurso de um pobre indigente embriagado em alguma
calçada.
Muito menos de algum esquizofrênico em alguma instituição psiquiátrica tendo
delírios
religiosos. Esse discurso, que nos coloca diante de uma singular cosmogonia, é
um
pequeno trecho do primeiro volume da obra Universo em Desencanto. Ao
observarmos
a obra de Manoel é muitas vezes inevitável pensarmos, ao menos
durante
um fração de segundos, tratar-se de um diário de um louco. È difícil entender
como
um funcionário público, médium de Umbanda, de trinta e um anos, pode
conceber
tais discursos. Como alguém que não era um louco, ao menos se falando dos
padrões
pré-estabelecidos, forjou tal criação? Essa “explicação” para a nossa natureza,
origem
e destino, que passa por caminhos tão incomuns. E é aí que devemos nos
lembrar
que Manoel como médium de Umbanda, naquele contexto em que se
encontrava,
recebeu, além das “mensagens” do “Racional Superior”, inúmeras
influências
de “Intelectuais da Umbanda”, Kardecistas, Evolcionistas, enfim, de uma
gama
de produtores de sentido que rondavam o campo religioso da época. E que
11
Reconhecemos, a partir de Bourdieu um campo mediúnico. Este é formado por
várias denominações,
que
professam a crença na reencarnação e na comunicação entre os espíritos, dotadas
de desiguais
processos
de acumulação simbólica (algumas são mais reconhecidas que outras). Embora não
possamos
articular totalmente a Cultura Racional ao campo mediúnico, vamos enfocá-la
interagindo
constantemente
com este.
12
Ver CHARTIER, Roger. A História Cultural. Entre práticas e representações.
Lisboa: DIFEL; Rio de
Janeiro:
Editora Bertrand Brasil S/A, 1990.
13
COELHO, Manoel Jachinto. Universo em Desencanto. M. Jachinto Coelho Ed.-
RJ, 1° vol., p.130.
5
tinham
toda uma produção escriturística que se “encaixava” para os “novos
parâmetros”
do campo religioso mediúnico daquele contexto.
Não
nos importa agora quais, mas é evidente que de algum modo, ou pela
leitura,
ou pela difusão das leituras, muitas das idéias que perpassavam o campo
religioso,
passaram e foram absorvidas por Manoel. Mas é aí que aparece uma lacuna.
Lacuna
essa para a qual pretendemos expor algumas hipóteses para respondê-las.
Isso,
pois não podemos aceitar como observamos em Ginzburg14, com o exemplo de
Menocchio,
que a criação de Manoel tenha se dado apenas através de seu contato
com
as produções dos produtores de sentido do campo religioso mediúnico. É obvio
que
fica impossível negarmos que muitas das idéias presentes no campo religioso
mediúnico
daquela época estão inscritas na produção de Manoel. Entretanto, e é o que
queremos
ressaltar, as idéias propagadas por Manoel são impossíveis de serem
compreendidas
única e exclusivamente a partir das possíveis leituras que ele tenha
feito
ou ouvido. Nesse sentido tentaremos elencar alguns fatos da vida de Manoel que
podem
ter lhe influenciado em suas prováveis leituras ou contato com as mesmas.
Assim
falaremos a respeito do que Ginzburg chama de “filtros”. 15 Ou seja, a
influência
que
Manoel trouxe de suas vivências e meios. O lado oral da cultura presente em
Manoel,
que pode ter feito ele interpretar suas influências do modo que as interpretou.
Lado
esse que, como nos mostra Ginzburg16, é parte ativa dos processos de criação
culturais.
Mostrando assim que as chamadas “classes subalternas” criam a sua própria
cultura,
não sendo meros reprodutores da cultura das chamadas “elites”.
Partindo
dos estudos de Ginzburg vamos explorar as “chaves” 17 de leitura de
Manoel.
Leituras essas que são conjeturas, pois no momento ainda não temos provas
do
que ele realmente leu. Apenas, como já afirmamos, sabemos através de outros
estudos
que muitas novas idéias pulsavam no interior do campo religioso. Assim
buscaremos
compreender o modo como Manoel lia algumas obras. Nesse sentido não
estamos
atrás das distorções entre as possíveis leituras de Manoel e sua escrituração.
Estamos
sim a procura das deformações do modo de Manoel observar suas
influências.
A originalidade de sua leitura, que derruba qualquer hipótese sobre um
14
Ver GINZBURG, Carlo. O queijo e os vermes: o cotidiano e as idéias de um
moleiro perseguido
pela
Inquisição / tradução:
Maria Betania Amoroso, - São Paulo: Companhia das letras, 1987.
15
GINZBURG, Op. Cit.
16
GINZBURG, Op. Cit., p. 200
17
GINZBURG, Op. Cit., p. 80
6
“sentido
mecânico” 18 das prováveis obras lidas por ele, tem com certeza chaves muito
singulares.
Alguns desses filtros, dessa rede de influências que se interpunha entre
Manoel
e suas possíveis leituras podem ser por nos observados.
Manoel
pode ser visto como um representante de uma cultura “popular”. Mesmo
tendo
estudado, o que para a época, década de trinta, já poderia ser considerado um
luxo,
podemos observar através de sua produção bibliográfica, que sua linguagem
ainda
carrega fortes traços de uma cultura letrada mais “simplificada”. Como podemos
ver
em sua biografia19 seu local de nascimento é um bairro simples do subúrbio
carioca
e
suas lembranças da infância, nos terreiros de Candomblé, também nos remetem a
um
mundo de uma cultura oral. Assim, seu contato com a cultura “dominante”,
letrada,
carrega
um alto teor da cultura oral.
A
principio podemos observar, através de sua biografia, o forte caráter que está
presente
no substrato cultural da maioria dos brasileiros, a influência Católica. Como
nos
estudos de Sandra J. Stoll20 podemos perceber ao estudarmos a Cultura Racional
os
enormes traços da tradição Católica que influenciavam e persistiam em Manoel.
Seja
pelas suas descrições sobre seu nascimento, que mais parecem uma “pirataria”
da
Bíblia, ou seja, pela sua forte crença em um único “deus”, o Racional Superior,
fica
impossível
compreendermos a peculiar cosmogonia de Manoel sem nos atermos ao
fato
de que o mesmo, possivelmente inconscientemente, estava envolto por toda a
carga
da tradição Católica que carregamos até hoje no Brasil.
A
relativização das crenças e instituições que ocorreu na época da criação da
Cultura
Racional também é um filtro importante das leituras de Manoel. Primeiramente
podemos
ver, como já afirmamos, que todo o campo religioso mediúnico passava por
transformações.
Os traços mais marcantes da influência afro nas religiões mediúnicas
foram,
devido ao contexto, sendo paulatinamente “apagados”. Muitas coisas estavam
mudando
ao mesmo tempo nas filiações mediúnicas. No entanto não foram só as
crenças
e instituições que mudaram naquela época. Não podemos deixar de citar como
formadoras
da rede de interpretação de Manoel as mudanças no contexto político e
econômico,
mundial e brasileiro. Afinal, com certeza, o período entre Guerras, a Crise
de
1929 e a implantação do governo Vargas relativizaram não só a visão de Manoel,
mas
da maioria dos seres humanos.
18
Ibdem
19
ELIAS, Jorge. O cavaleiro da Concórdia, O homem de outro mundo. 1° ed,
Racional Gráfica e
Editora
LTDA, 1988, Belford Roxo , RJ.
20
STOLL, Sandra J. Espiritismo à brasileira.
7
Seu
emprego, funcionário público no Itamaraty, também pode demonstrar uma
possível
chave de suas leituras e influências. Como um moleiro na época de
Menocchio,
um funcionário público no Brasil da década de trinta também tinha uma
posição
social particular21. Sua condição de funcionário público o diferenciava da
massa
anônima. Elevando-o a uma condição privilegiada, seja pela sua tranqüila
condição
financeira, ou seja, pelo enorme leque de contatos no dia-a-dia. Assim suas
relações
com ambientes “cultos” e mais “elevados” eram muito mais constantes.
Em
sua biografia Manoel não cansa de relatar a seu biografo os inúmeros
encontros
com personalidades da política e da música. Os “contatos” de Manoel iam
desde
Vargas até Cartola. Esses contatos, se realmente existiam, eram sim
propulsores
das deformações nas leituras de Manoel. Se eles não existiram ainda não
deixam
de nos revelar fortes traços de sua personalidade, portanto prováveis
balizadores
de suas leituras.
O
“contato” com músicos famosos como Cartola e Pixinguinha nos revelam uma
outra
parte da malha da rede de interpretações de Manoel. Sua vida boemia é
ressaltada
em sua biografia de forma extremamente contundente. Ativo participante da
vida
noturna da Lapa dos anos trinta, Manoel, segundo sua biografia, antes fundar a
Cultura
Racional, passava suas noites a beber e tocar nas estreitas ruas do famoso
bairro
carioca. Fato esse que com certeza influenciou muito o modo como Manoel leu o
que
leu.
A
própria urbanização do Rio de Janeiro, que tanto contribuiu para o processo
de
“racionalização” das religiões mediúnicas, é um fator de extrema importância na
compreensão
do modo de ler de Manoel. Isso, pois a cidade na década de trinta era
um
lugar de encontros e relações sociais muito mais freqüentes que nas décadas
anteriores.
Pois como podemos observar as relações nos centros urbanos, como no
caso
do Rio de Janeiro que estava se transformando em um na época, são muito
menos
estáticas e fechadas que nos meios não urbanizados. Essa nova velocidade
das
relações para com o mundo e as pessoas contribuiu certamente para formar o
modo
de leitura de Manoel.
21
GINZBURG, Op. Cit, p. 193
8
Breve
Reflexão
Manoel
é uma pessoa que vem das camadas “subalternas” da sociedade
e
em um contexto propicio faz um mix entre sua biografia e suas
influências e cria a
Cultura
Racional.Sua criação tão singular não pode só ser vista como uma reprodução
dos
conhecimentos de uma cultura “dominante”, no caso a dos produtores de sentido
do
campo religioso. Nesse sentido é lógico que não podemos pensar que Manoel
simplesmente
absorveu a cultura “dominante”. A cultura das classes “subalternas” criase
sozinha
muitas vezes. Nem sempre as influências vem de “cima” para “baixo”.
Assim,
por mais que certamente, apesar de não nos interessar quais, Manoel tenha lido
várias
obras que o influenciaram, ele só criou a Cultura Racional do modo como ela é,
pois
adulterou e recriou as coisas que leu com suas chaves, filtros, redes de sua
leitura.
Ou seja, inúmeras outras coisas da vida de Manoel que catalisaram suas
influências.
Dessa forma podemos afirmar que, o que para muitos é uma insanidade ou
um
erro de compreensão, não é nada mais que um outro modo de compreensão. Modo
esse,
que apesar de suas leituras, advém explicitamente de suas influências da
cultura
oral,
bem como de todas as intervenções sofridas por Manoel e que mudaram a
dinâmica
de suas leituras.
Assinar:
Postagens (Atom)